As abelhas nativas são fundamentais para o equilíbrio ecológico do bioma Caatinga, desempenhando um papel vital na polinização de plantas nativas, muitas das quais são endêmicas (ou seja, só existem nessa região). Nesta quarta (23) e quinta-feira (24), a equipe do Vale Sustentável e o meliponicultor, Ivan Santa Rosa realizaram a entrega de 60 colmeias de abelhas Jandaíra para os agricultores dos assentamentos Pirangi, no município de Galinhos, Vassouras e Canto Comprido, em Carnaubais/RN. Agora, as famílias passam também a ser meliponicultores. O projeto Vale Sustentável é executado pela Associação Norte-Rio-Grandense de Engenheiros Agrônomos (ANEA), em parceria com a Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.
Muitas plantas do bioma dependem exclusivamente dessas abelhas para sua reprodução, como o mandacaru, umbuzeiro, juazeiro, entre outras. Durante a entrega, Ivan Santa Rosa explicou como é feito o manuseio das abelhas sem ferrão e como preparar e alimentá-las no período de escassez. O consultor falou da relevância do inseto para o planeta. “É muito importante essa reintrodução das abelhas nativas no seu bioma de origem. Elas trazem a polinização, soltam periodicamente enxames na natureza e essa inserção auxilia no reflorestamento. Além disso, essas atividades contribuem para complementar a renda destas famílias”, falou.
O Vale Sustentável realiza todo o processo de implantação da estrutura do meliponário que é o local destinado à criação e manejo das abelhas sem ferrão, conhecidas como abelhas nativas ou meliponíneos (família Meliponini). Essas abelhas são típicas de regiões tropicais e subtropicais, como o Brasil, e produzem mel, própolis e cera, além de serem grandes polinizadores da flora nativa. As abelhas são mantidas em caixas de madeira específicas, adaptadas para facilitar o manejo e coleta do mel. Além da produção de mel, os meliponários ajudam na preservação das espécies e na polinização de plantas nativas e cultivadas. Seu mel é muito valorizado por seu sabor único e propriedades medicinais, embora seja produzido em menor quantidade que o mel da abelha Apis mellifera (abelha com ferrão).
A técnica em Meio Ambiente do Projeto, Evanira Araújo, destacou a atividade. “A ação promove a preservação da espécie, reintroduzindo essas abelhas no seu habitat natural. Através da polinização, elas auxiliam no ressurgimento de especimes que estão ameaçadas de extinsão”, frisou.
Os agricultores ficam responsáveis pelas colmeias, posteriormente poderão realizar a multiplicação das abelhas. Ainda este ano, a equipe vai ministrar o Curso de Meliponicultura para as comunidades que receberam o meliponário.
Fotos: Jaqueline Rondon