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Semana da Caatinga: Projeto apoiado pela Petrobras realiza plantio de mudas nativas com a participação de estudantes de escola pública, na zona rural do Rio Grande do Norte

Cinquenta crianças participaram da atividade

Brayan Rauan Martins Melo tem 10 anos é aluno da Escola Municipal Chapeuzinho Vermelho, zona rural do município de Alto do Rodrigues, no Rio Grande do Norte. O estudante nunca havia plantado uma muda nativa. Nesta quarta-feira (24), este cenário mudou, o estudante junto a outras 50 crianças participaram de uma ação de reflorestamento, em celebração ao Dia Nacional da Caatinga, comemorado no próximo dia 28 de abril. A atividade, que conta com a parceria da Petrobras, aconteceu na área de reserva legal do Assentamento Professor Maurício de Oliveira, em Assú/RN.

“Gostei de estar aqui na natureza, neste lugar maravilhoso e conhecer essas pessoas e as plantinhas”, disse Brayan.

Quem também ficou encantado com a aula em campo foi o estudante Leanderson da Silva Brito, 10 anos. “É muito bom estar aprendendo a plantar e a preservar a natureza, no quintal da minha casa temos um mangueira e na escola um coqueiro”, afirmou orgulhoso.

A educação tem sido um forte aliado para a conscientização da preservação ao meio ambiente. O Projeto Vale Sustentável, executado pela Associação Norte-Rio-Grandense de Engenheiros Agrônomos – ANEA/RN, tem buscado incentivar as práticas de sustentabilidade desde a primeira infância.

A coordenadora pedagógica dos anos iniciais do município, Ionara Rodrigues, comentou sobre a importância deste tipo de atividade. “O objetivo de trazer as crianças para um ambiente como este é trabalhar a conscientização ambiental, a observação da natureza, fazendo o plantio de árvores nativas, motivá-los a praticar esta ação não só aqui, mas também nos espaços onde eles vivem, levando esta experiência além dos muros da escola. Agradecemos a equipe do projeto que teve toda atenção, carinho e acolhimento com nossas crianças. É algo que vai ficar registrado na memória deles, foi plantada uma sementinha que dará muito frutos”, frisou.

A gestora da escola, Elaine de Oliveira, participou da aula em campo. “O Projeto Vale Sustentável nos procurou e nos oportunizou estar aqui com nossos alunos nesta área que antes era desértica. Hoje estamos aprendendo com eles o uso consciente da terra, o cuidado com o meio ambiente, a preocupação com as gerações futuras. Estes alunos serão os futuros adultos desta cidade e é importante que eles aprendam o tempo da conservação para garantir a nossa existência e para que nossos descendentes conheçam a beleza da caatinga e as plantas nativas deste lugar, aprendendo o manejo com a terra e que eles podem fazer a diferença a partir dos seus próprios quintais. A escola só tem a agradecer ao Vale por esta parceria que oportuniza aos nossos alunos o conhecimento e a prática, a vivência de um mundo que é possível a gente cuidar e sustentar”, salientou a gestora.

O Coordenador Geral do projeto, Elisângelo Fernandes, acompanhou as atividades. “É de extrema relevância nossa aproximação com a natureza, fazemos parte do ambiente, estamos conectados a ela. Precisamos urgentemente, enquanto humanidade, fazermos algo para salvar o planeta em que vivemos. Se cada um de nós criarmos esta consciência ambiental para preservar os recursos naturais, o mundo será melhor para as presentes e futuras gerações”, declarou.

Além do plantio das 100 mudas, a expedição de alunos, professores e equipe do projeto visitaram o meliponário de abelhas nativas implantado em novembro de 2021 na sede do Assentamento Professor Maurício de Oliveira, em Assú/RN. O técnico agrícola, Luciano Bezerra, explanou sobre a função das abelhas no Bioma Caatinga e a sobrevivência da vida humana no planeta.

“Estima-se que existem 177 espécies de abelhas nativas no Bioma Caatinga, sendo a mais comum a jandaíra, apelidada carinhosamente de rainha do sertão. A principal função delas é a polinização das flores, processo essencial para o equilíbrio do ecossistema. Além disso, desempenha papel importante na indústria, fomentando a economia”, ressaltou.

Desde 2013, o projeto tem atuado no reflorestamento de áreas degradadas, até 2022 foram restauradas 290 hectares com espécies nativas do Bioma Caatinga como aroeira, angico, baraúna, ipê, jurema, sabia, umburana e outras. No Rio Grande do Norte, 97,6% do território está suscetível à desertificação.

Também na quarta-feira (24), em alusão ao Dia Nacional da Caatinga, a equipe ministrou a palestra “Bioma Caatinga: Os impactos ambientais e estratégias de restauração”, para 60 adolescentes da Escola Estadual Alcides Wanderley, em Carnaubais/RN.

Fotos: Jaqueline Barbosa

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